Ano passado em meados de setembro, dei uma entrevista/depoimento para a Revista Bons Fluídos cujo tema era "o papel do tempo em fatos relevantes de nossas vidas", essa matéria só saiu agora na edição de fevereiro. A jornalista, amiga de uma amiga, precisava de um personagem e me ofereci dizendo que achava que poderia contribuir falando um pouco sobre o tempo e a espera na gravidez da Valentina, que para mim tinha trazido um importante ensinamento e contribuído particularmente para o meu desenvolvimento enquanto ser humano.
Minha idéia era passar a mensagem de que a gravidez é mesmo uma espera, como dizem popularmente, estamos mesmo esperando o bebê e no processo, tive a oportunidade de verificar a importância de realmente esperar esse bebê.
Falei da paciência, do controle da ansiedade e do respeito ao ser vindouro no sentido de que é ele, bebê, que sabe a hora de chegar, de sair da barriga, de vir ao mundo como um processo natural.
Falei também que a busca por esse nascer natural, atualmente esquecido pelas fêmeas ansiosas, medrosas, mas também desinformadas, nos torna pessoas ou fêmeas mais maduras, mais sensíveis, mais serenas e que o parir em si proporciona 2 nascimentos, o do bebê e o da mãe - ou seja - a mulher elevada à enésima potência, muito legal isso!
Esclareço que em meu discurso cosidero a regra que seriam gestações de baixo risco, sem problemas que exijam a intervenção na hora do parto, sabendo inclusive que nesses casos a cesárea se faz necessária.
O tempo portanto, tem papel primordial, esperar a formação do bebê, a preparação do ninho, a formulação das expectativas maternas e paternas e o primordial respeito ao tempo do outro - o do bebê - aí talvez a primeira manifestação de respeito materno.
Falei de muitas outras coisas também, de questões pessoais que de fato não viriam ao caso serem incluídas na matéria, mas o que eu queria dizer, que foram todas as coisas que coloquei acima, não foi dito, talvez não tenha sido compreendido, ou talvez a essência seja romântica demais para alguns interlocutores, ou eu não tenha me expressado corretamente, enfim... pena...
A minha mensagem não foi decodificada, senti as informações soltas sem gancho e sem foco, por isso fiquei com a necessidade de me explicar ou de aprofundar meu discurso, tão "simplistamente" colocado na revista, pelo menos aqui em meu humilde espaço, visitado por alguns poucos amigos.
O que aprendi com essa experiência? (como perguntava a resvista) Que saber esperar, ter paciência e observar os momentos da vida nos concede o prazer de respeitar a si e ao outro em seu tempo.
Aos que leram ou lerem a revista, me concedo essa errata.
29 janeiro 2008
23 janeiro 2008
Dia de Mobilização e Ação Global - conexão São Paulo do Fórum Social Mundial - 26/01/08
O FSM é um espaço de debate democrático de idéias, aprofundamento da reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONGs e outras organizações da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo. Após o primeiro encontro mundial, realizado em 2001, se configurou como um processo mundial permanente de busca e construção de alternativas às políticas neoliberais. Esta definição está na Carta de Princípios, principal documento do FSM.
O Fórum Social Mundial se caracteriza também pela pluralidade e pela diversidade, tendo um caráter não confessional, não governamental e não partidário. Ele se propõe a facilitar a articulação, de forma descentralizada e em rede, de entidades e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil mundial. O Fórum Social Mundial não é uma entidade nem uma organização.
Em 2008, ao contrário de outros anos, o Fórum Social Mundial 2008 não terá eventos centralizados, será composto por milhares de ações em todo o mundo.
Os atos públicos, sob coordenação dos movimentos sociais, ONGs e outros representantes da sociedade civil, ocorrerão no Dia de Mobilização e Ação Global, em 26 de janeiro.
Desde sua criação em 2001, por iniciativa de ONGs brasileiras e estrangeiras, o Fórum Social Mundial se tornou um processo permanente de busca e construção de alternativas às políticas neoliberais.
Para os manifestantes, o fórum é uma oportunidade de trocar informações e contatos com outros ativistas, além de protestar contra políticas globais consideradas prejudiciais para os mais pobres.
Em 2008, espalhados pelo mundo afora, grupos, movimentos e entidades que se identificam com as propostas do Fórum irão mostrar em diversos e simultâneos eventos que o "outro mundo possível" não é só uma promessa, mas uma construção coletiva já em andamento.
Durante as 24 horas do próximo dia 26 de janeiro, acompanhando o caminho do sol, um programa especial via internet transmitirá flashes desse grande painel de ações em curso por todo o planeta. (ver em wsf2008.net)
A região metropolitana de São Paulo estará presente com várias manifestações também interconectadas. Entre elas, o Sábado-Feira, evento multitemático que reunirá mais de uma centena de instituições sociais e grupos culturais para compartilhar experiências, idéias e propostas sobre as ações nas quais estão empenhados para mudar o mundo.
O Sábado-Feira será realizado em São Paulo, no Centro de Eventos São Luis, situado na Rua Luis Coelho 323, na região da Avenida Paulista, a uma quadra do Metrô Consolação.
O amplo salão com mais de 2.000m2 será demarcado com 120 espaços de 3x3m. Terá, ainda, pequenos palcos para apresentações de dança, teatro, música e performances, além dos telões que transmitirão a programação do Dia de Mobilização e Ação Global pelo mundo todo.
Essa é uma ótima dica para conhecer as iniciativas de quem está tentando fazer a diferença no mundo de hoje. Para conhecer as entidades participantes, atividades e maiores informações acessem:
http://www.sabado-feira.net
ou
http://www.forumsocialmundial.org.br/
16 janeiro 2008
Impressões Gerais e Agradecimentos
As férias se foram e já estamos com saudades das estradas, do sol, do calor, das paisagens, do vento na cara, das vistas para o mar, para o rio, para a cidade... tudo!
Viajamos 5.500km, o que significou alguns dias inteiros dirigindo se somarmos as horas ao volante, muitas centenas de litros de combustível consumidos, muitos litros de água bebidos no carro durante a viagem, litros de suor perdidos o que nos leva a um balanço de uma viagem bastante cansativa levando-se em conta o esforço como um todo, mas o esforço também pode ser medido em AVENTURA e é essa medida que preferimos adotar sempre diante de algumas dificuldades.
O ápice de nossa viagem e grande descoberta foi o Uruguai, país encantador, gracinha, com pessoas muito gente boa.
País de estradas largas e retas, paisagem retilínea e verde amarelada, mar verdinho e límpido, vistas amplas e exuberantes. Comida inesquecível, dos lugares em que melhor comi dentre tantos que já conheci dentro e fora do Brasil.
Sabores únicos de "dulce de leche" Conaprole, "dulce de durazno", carnes (bife de anchío, assado de tira, morcilla, milanesas, baby bife...), pasticerias com doces saborosos, cerveza Patrícia... odor de lenha queimada das parrillas no Mercado do Porto, licor de dulce de leche, massas...
O vento soprando na cara em La Pedrera, o vento entre as árvores no Parque de Sta. Teresa, a água fria do mar de suas praias, a areia grossa cheia de conchas...
O mate, as batas brancas, as sapatilhas, os carros sujos e adesivados, a simplicidade dos uruguaios.
Vale também lembrar que viajar é sempre expandir os horizontes e com essa viagem começamos a expandir os horizontes de nossa pequena Valentina... sua primeira viagem pro exterior, de carro! Seu primeiro passaporte, seu primeiro contato pleno e consciente com a natureza. Foi lá, em S. Lourenço do Sul, na beira da lagoa dos Patos, que ela em pé, de braços abertos gritou de prazer e alegria ao sentir todo aquele vento na cara vindo de encontro a ela, de frente pra água que tanto a encanta.
" ÁAAAAAAAAAACCCUUUUUU!!!!!" - seu grito, que tanto se repetiu ao longo da viagem de frente para as mais belas vistas - impagável!
Se tenho uma imagem a levar dessa viagem, um símbolo a recordar, será esse, minha pequena Valentina ao sabor do vento.
Claro que nada do que conhecemos, dos lugares onde passamos, das emoções que vivemos, teríam o mesmo colorido se não fossem alguns amigos, pessoas especiais que muito contribuíram conosco. Fica aqui então nosso agradecimento e dedicatória a:
Fabio Bastos - nosso amigo gaúcho de Piratini, mas que vivem em POA e que há 2 anos nos falou de Sta. Teresa, do camping e das praias do Uruguai. vale lembrar que conhecemos o Fabio no Fórum Social Mundial de 2004 em POA, ele nos forneceu alojamento solidário.
Edu Rivero - companheiro do grande amigo Altair, uruguaio-brasileiro, mas que nos contou sobre sua terra em um de nossos encontros e que também nos inspirou a conhecer esse país. Exemplo de uruguaio gente boa!
Miguel Casella - marido da Mirita, gaúcho de POA. Responsável pela pilha que nos levou ao Uruguai, aos 45 do segundo tempo, depois de uma conversa pelo MSN onde fez verdadeira apologia ao litoral uruguaio e nos deu muitas dicas sobre o caminho e a viagem de carro. Sem contar que nos cedeu, gentilmente seu apê de POA para nossas paradas de descanso na ida e na volta. ALiás, foi lá que passamos a virada de 2008, na sacada vendo os fogos.
Ricardo Tronquini - paulista-manézinho, amigo de FAAP, doido de pedra. Sempre nos acolhendo em Floripa e nos levando para picos incríveis! Sua presença em Floripa deixa a Ilha mais iluminada e mas cheia de vida... amizade e baladas garantidas!
Um gaúcho desconhecido que mora em Brasília - que cruzamos no hotel no Chui e que nos intimou a conhcer a Praia La Pedrera em La Paloma... seremos eternamente gratos por essa dica e consequente descoberta.
Jesus, Funcionário da Polícia Federal do Chui - esse cara nos salvou! se apaixonou pela Valen e emitiu o passaporte mais rápido do mundo com muita simpatia e bom humor! Obrigada Jesus!
Todos os viajantes estradeiros que encontramos pelo caminho, motoqueiros, bikers, "motor homers", motoristas aventureiros e que brevemente nos descreveram suas aventuras pelas estradas da Am. Latina e que nos deram pilha para sonhar outras viagens quem sabe até mais ousadas.
Eduardo Galeano - escritor e jornalista uruguaio do qual sou fã e me serviu de inspiração para querer conhecer o país.
America Latina, que bom que estamos aqui!
Besos, besos, besos....
Aventuras em Floripa
Pós-viagem mas não sem tempo, aqui vão as aventuras de Floripa.
O dia da ida estava muito quente, rezamos para dar uma chovidinha mas S.Pedro e Sta, Clara estavam de mãos dadas, conclusão: nossa pequena causou novamente... vomitou no carro e tivemos que parar por quase 2h para refrescar a cuca, lavar a cadeirinha do carro e esperar secar a capa... imaginem isso! Pelo menos pra isso o sol quente nos serviu, ahahah!
Chegamos na Ilha da Magia no dia 9/01 depois dessa escaldante viagem vindo de POA pela terrível BR101, na qual levamos mais ou menos 7h. Vale lembrar que a distância entre as 2 capitais é de pouco mais de 450km...
Chegamos com o dia ainda claro e bom para montar acampamento. Uma loucura montar barraca e tudo o mais com a Valentina peralteando... caramba! E a gente achava que acampar com ela com 6 meses era loucura? Tá bom, fichinha perto dessa fase de agora!
Coitada, pede atenção o tempo todo... e a gente na função nem consegue atender, fica realmente difícil, mas conseguimos.
Logo de cara o pessoal do camping, que estava lá no ano passado já se lembrou da nossa pequena notável, a famosa Valentina de olhos de jabuticaba, bem engraçado!
A Ilha estava bem mais tranquila do que na tentativa do Ano Novo, sem comparações! No primeiro dia ficamos só na praia de Moçambique, a do camping mesmo, dentro da reserva do Rio Vermelho, que é linda, quase deserta, mas a água é um gelo, mais do que no Uruguai.
Tínhamos imaginado e planejado uma tranquila tarde de descanso no próprio camping, depois de um dia dirigindo, com montagem de barraca e uma noite conturbada pelo sono turbulento da Valen...mas... eis que chega o tal vento sul. Bem no meio da tarde, causando o maior estardalhaço, levantando lonas, ameaçando barracas, revirando a poeira no camping, envergando os pinus, mamma mia, que medo! Eu não sabia se ajudava o Daniel a segurar a lona para não voar, ou se acalmava a Valentina chorando dentro da barraca. Foi punk... minha única tentativa de cozinhar com nosso "brand new" fogareiro foi pro saco, tive que abandonar tudo com aquela ventania.
Mais uma vez um santo nos salvou, o vizinho de barraca, que acabara de chegar, com sua super engenhosidade para estruturas de lona, ajudou o Daniel a reforçar nossas estruturas e evitar o pior - a decolagem fatal de nossa lona amarela - deu tudo certo.
Vento sul passou, vamos nós comer no maravilhoso restaurante "Maria Maria" na Barra da Lagoa, ... enfim peixe.
Dia seguinte encontro marcado com meu grande amigo, quase manézinho, Ricardo Tronquini. Dia de chuva, mas muito refrescante e agradável, depois de dias e dias fritando o cérebro no sol.
Curtimos a baixa temperatura e a tarde nos encontramos com Tronks em sua maravilhosa ex-vivenda no Canto da Lagoa (agora quem vive lá é sua namorada Jéssica).
Sem comentários... linda casinha com uma vista espetacular para a Lagoa da Conceição, precisa de mais alguma coisa na vida?
Logo de cara a Valen já enlouqueceu com a vista para toda aquela "Acu" (água na língua da Valen), depois um cachorro e mais um gato, para encerrar o "tio" (Ricardo), que enfeitiçou a garota. Foi muito engraçado!
Ela e o Tronquini se deram muito bem, se amaram!
Tomamos algumas e batemos bapo com vista para a Lagoa e vento na cara assistindo o final do dia.
Domingão brabo... noite trágica com a Valen... chorou muito e não dormiu quase nada... achamos que ela estava já com saudades de casa, de saco cheio de ping pong sem parada... tadinha, acho que a barraca não fez muito sucesso dessa vez. Com isso QUASE perdemos um passeio incrível à Praia do Saquinho, no último minuto conseguimos aceitar o convite do Tronks para a tal trilha para ver a linda praia.
Fomos de carro até a Praia da Solidão, perto dos Matadeiros, e de lá pegamos uma trilha morro acima para o Saquinho. Daniel e Tronks se revezaram no carregar a Valentina, eu e a Jéssica ficamos com os acessórios, pra ajudar na caminhada, o sol estava meio encoberto. Valeu apena o esforço, linda praia, lindo visual, trilha jóia! Praia pequena, com apenas 2 guarda-sóis e uma dúzia de pessoas.
Depois fomos almojantar num lugarzinho de um local ali mesmo na praia, almoço honesto e basicão de arroz, fritas, salada e peixe, uma delícia!
O dia foi lindo, bem aproveitado e em boníssima compania. Como é bom ter amigos nos locais para onde viajamos, isso sempre dá um tom diferenciado, um sabor a mais, nos proporciona momentos muito mais agradáveis e nos levam a lugares incríveis, ou pelo menos nos dão dicas impagáveis.
Muito legal, fechamos Floripa com chave de ouro!
Na volta pro camping ainda desmontamos acampamento para dormir no apê do Tronks evitando assim o perrengue da saída com possível chuva da segunda-feira. Mais uma vez foi complicada a operação tendo que gerir a pequena furacão... tadinha... nesse dia quase morri de dó dela. Tivemos que fazer tudo meio correndo para fugir da chuva, era de noite, ela tava toda suja da praia da tarde, meio largadinha e muito carente de atenção, afinal estávamos na maior função desmonte. Mas uma "anja boa" nos ajudou a cuidar dela, levou para a sua barraca onde tinha também 2 crianças pequenas e mais alguns adultos para ajudar. Trocou fralda, deu comida e foi muito bom.
Essa solidariedade do camping é muito legal, acho que é o mais legal de tudo mesmo. Todo mundo se ajuda, se fala, se conhece, a gente ainda que tem a pequena notável é mais incrível ainda, todo mundo conhece ela, fala com ela, pega no colo, muito legal!
Aliás, ela partiu o coração de um jovem argentino lá no camping, papai que não nos leia, mas um belo rapaz por sinal, ficou doido por ela, conversou, brincou, tentou tudo para chamar a atenção da Valen, tanto que deixou até a namorada-neuras meio brava... vai entender... mas de qualquer forma nossa Valen não perde tempo e tem bom gosto.
Saimos de Floripa encerrando nossa viagem com um almoço na beira da Lagoa da Conceição, mais uma dia de sol e estrada escaldantes com destino a Curitiba, como parada para dormir, seguindo para SP na terça.
14 janeiro 2008
Saindo do Uruguai
Olá amigos, fiquei vários dias sem postar... complicado viajar acampando e sendo mãe, bem complicado...
Mas enfim, deixamos o Uruguai já há alguns dias, claro que não pudemos deixar de passar no free shop a céu aberto no Chui e comprar algumas quinquilharias importantes como por exemplo o batismo de mochileira da Valen - adquirimos uma mini mochila para nossa pequena aventureira. Ela adorou e ficou desfilando com a dita cuja pendurada nas costas e arrastando no chão.
Quando partimos do Uruguai e carimbamos o passaporte, nosso coração também ficou partido... ai que viagem gostosa... que país nota 10! Aqui do lado... é como a Bolívia, tão perto e tão longe, os brasileiros não sabem o que esses nossos vizinhos têm... Dica de viagem obrigatória: conhecer o Uruguai, suas praias, seu povo,sua comida deliciosa, seu dulce de leche e tudo o mais.
Na volta também paramos no milagroso apê do Miguel em POA, denovo para o break de descanso e seguimos viagem na manhã seguinte para Floripa, pela assustadora BR 101, em sua pior forma... Um horror de estrada!!!! Fizemos 400km em quase 7h, imaginem! Tá um horror, um esculacho, uma vergonha, uma duplicação de mentirinha no trecho POA - Floripa, assustador. De noite não dá nem pra pensar em pegar a maldita estrada! No fim, a volta que demos por Lages na ida, escapando do trânsito, foi a melhor escolha...
Chegamos em Floripa em nosso querido camping do Rio Vermelho e com muito sufoco montamos nossa barraca mega-super-híper-grande! Sufoco pois a Valen não dá sossego... ai ai que perrengue!
Mas o capítulo do camping fica para amanhã quando chegarmos em Sampa, no momento estamos em Curitiba, onde também paramos para o break de descanso para amanhã completar o último trecho de volta para Sampa.
Aguardem as aventuras de Floripa pós estrada.
Besos!
Pri
07 janeiro 2008
Os Uruguaios
Esse tema merece um post especial - Os Uruguaios!!!
Ah... pessoas incríveis e muito interessantes! Têm um estilo de vida muito peculiar, ou seja, pelo que vemos prezam pela qualidade de vida no sentido simples da expressão. Nada de luxo, basta uma cuia, uma bomba, uma garrafa térmica que já estão desfrutando a vida como ela é. São pessoas de hábitos tranquilos, fazem a cesta todo dia, comem bem de tudo, principalmente muita carne de boa qualidade.
A gente vendo eles, não consegue dizer que existe uma "cara" de uruguaio, eles não tem uma cara, tem várias caras, mas normais, não são como os argentinos, meio bregas, com costeletas e "pelos largos", são normais mesmo.
Uma coisa muito curiosa é que eles, como toda essa simplicidade, tem um jeito meio hippie de ser, andam meio esculachados, sem muita fidelidade à moda ou à atualidade, usam umas bolsas coloridas, umas batas brancas, faixas nos cabelos, bolsas de couro, sapatilhas de tecido (homens e mulheres), mocchilas nas costas e gostam de tudo muito natural.
Percebemos que eles são experts em camping, adoram acampar, os artigos de camping têm lugar de destaque nos supermercados e lojas, usam aquelas carretinhas para carregarem as tralhas e que tralhas!!! Têm tudo num acampamento de uruguaio, ele faz até um banheirinho em forma de tenda! Olha na verdade, acho que seria humilhante acampar com eles... não dá nem pra descrever o tanto de coisas e tipos de equipamentos que carregam... TUDO é pouco. Uma coisa incrível é que vai a famíla inteira acampar, tipo 3 gerações, com os velhinhos em barracas e tudo, muito legal de se ver essa vitalidade! Quando crescer quero continuar assim...
Os pic nics deles também são muuuuito profissas, eles FAZEM comida! até tem aqueles que levam lanchinhos, mas a minoria, o resto cozinha mesmo, leva rede, cadeira, balaça pras crianças, tapetes, lavam a louça, muito louco!
Ah, vale ressaltar que tudo com muita classe, não se ouve carros com som alto como aqui nas farofas do Brasil, eles, no máximo, carregam um violãozinho e tocam sua própria balada numa boa, no bom e velho estilo hippie de ser - paz e amor.
Na praia a moda também é relax, nada de meninas desfilando modelitos e corpitos esculpidos, as pessoas ficam ali bem tranquilas, sem a intensão de aparecer ou exibir dotes físicos, aliás e graças a DEUS, NENHUM homem usa sunga!!!! Isso não é o máximo???? Eu acho, odeio homens de sunga!
O povo vai à praia para desfrutar da natureza mesmo, fazendo jus à tal qualidade de vida sobre a qual falei acima.
Outra coisa curiosa, os carros deles também são uma comédia! Tudo meio velho, sujo, largado bem estilo camping mesmo, até em Montevideo. Aliás passamos por alguns ferros-velhos com carros antigos meesmo, e tem uns desses que rodam pelas estradas e cidades, tudo meio caindo aos pedaços mas lá estão, hoje mesmo vimos um Fiat 500 (cinquecento) cheio de tralhas indo pro camping e com 4 pessoas enlatadas lá dentro, muito engraçado parecia uma cena de um filme latino, ahahah!
É isso, os uruguaios são um povo muito gente boa, uns hippies simpáticos e cheios de vivacidade, encantam o país deles completando a beleza das belas paisagens que o compõe.
Viva o Uruguai e seu povo!
Bjs
Pri
Arregamos???? Quem sabe...
Hola amigos!
Falo direto de Santa Vitoria do Palmar, pequena cidade a 20km do Chui.
Estamos aqui, indo e vindo do Uruguai por um motivo muito simples (ou não?), quando chegamos à Fortaleza de Sta Teresa para acampar, anteontem, o imenso camping cidade estava lotado, como? Explico, a área de camping que possui água e luz, onde pretendíamos ficar, e para a qual fomos preparados, estava lotada, conclusão, nos restava uma imensa área de camping selvagem, também cheia de gente usando, mas diante da dificuldade e da falta de equipamentos básicos necessários como um lampião a gás por exemplo, resolvemos partir para outra opção... e como o litoral do Uruguai está "repleto", tivemos que vir para o nosso lado, ou seja, a tal Santa Vitória.
Ai, uma pena... o parque da Fortaleza é tão legal, um grande acampamento da juventude, da terceira idade e da melhor idade, mas com criança ficar na selvageria, sem banheiro perto, sem água perto e sem luz, putz... achamos melhor evitar a nóia.
De qualquer forma nossa opção por um "hotel" (bem mequetrefe, por sinal) nos permite ir e vir todo dia e desfrutar das praias da reserva igualmente, com direito a tardes incríveis com pic nics, com cochilo sob as árvores e com praia de manhã e final da tarde, demais!!!!
A reserva é uma cidade, tem de tudo, restaurantes, supermercados, farmácias, posto telefônico, tudo o que uma pessoa necessita para se instalar lá e só sair para ir embora. A Fortaleza em si, que conhecemos hoje, é magnífica, se não me engano foi construída em 1700 e alguma coisa pelos portugueses e depois foi tomada pelos espanhóis, muito linda e bem conservada.
Enfim não estamos no camping mas tá tudo certo. A Valen está curtindo muito, fica doida na praia, corre pra lá e pra cá, rola na areia joga areia no cabelo, cata conchinhas pela praia, ADORA tudo. Fica exausta e dorme... o sono dos justos.
Na reserva existem 5 praias, já fomos em 3, faltam mais 2... são lindas! A água é fria mas nada demais, dá pra nadar numa boa, só no final da tarde que o bicho pega pois o vento é muito gelado.
A paisagem é linda, um lugar mais lindo que o outro uma praia mais legal que a outra, as fotos estão incríveis, depois quem quiser ver a gente mostra e claro, vou ilustrar os posts também.
Besos a todos,
Pri
04 janeiro 2008
Enfim Montevideo ou Imprevisto pouco é bobagem...
Caros leitores, depois de alguns dias ausentes, cá estou novamente descrevendo nossas aventuras e "desventuras" latinoamericanas...
Antes de iniciar com as novidades, devo relatar abaixo uma breve divisão de fatos feita por meu ilustre e amado Daniel que considerei muito pertinente para o entendimento cronológico de nossa primeira parte da aventura, aqui vai:
1. O dia em que tudo deu errado;
2. Sto. Miguel em Porto Alegre;
3. O menor Reveillon do mundo;
4. Como sai daqui???;
5. Ilha da Flores (IC. Curta do Jorge Furtado);
6. Na beira da Lagoa (dos Patos);
7. Taim;
8. O último posto antes do fim do mundo;
9. O fim do mundo;
10. Pizza "Uruguaxa" y Cerveza;
11. O homem da cobra...
Voltando...
Como havia dito no outro post, estávamos no Chui, ou melhor, cu do Brasil. Saímos de lá felizes e faceiros a poucos metros de cruzar a fronteira, paramos para a verificação dos documentos na aduana, quando nosso "hermano de la frontera" nos inqueriu sobre os documentos da pequena mochileira Valentina... ah sí, certidão de nascimento, claro! Como informavam todos os locais onde consultamos a esse respeito... Ledo engano... ela precisaria de um passaporte ou uma carteira de identidade para conseguir entrar no Uruguai... Ai, ai, ai... ficamos beges!!!! Nao acreditávamos em mais aquela tempestade! Claro que nosso hermano nos deu a solução para o problema: irmos a uma cidade vizinha, Sta. Vitoria do Palmar, a 20 km dali, na polícia federal, e tirar um passaporte para a pequena Valen... simples assim... demoraria o dia todo, só isso!
Putz... fomos, claro! Chegamos lá e corremos na PF, onde fomos indicados a falar com um tal de "Jesus", aí uma luz surgiu no fim do túnel, sabíamos que Jesus iria nos salvar antes do dia terminar, UFA! Só Jesus Salva!!!
A Valen estava toda simpática pois ainda era cedo, tipo umas 10h15, chegou lá fazendo a maior amizade com os caras da PF, aí o tal Jesus já se apaixonou por ela e disse que tínhamos que providenciar alguns itens e voltar lá com tudo ok, mas que teríamos prioridade perante os demais casos. UFA 2, graças à Miss Simpatia!!!
Corremos para o centro da tal cidadezinha, que por sinal era muuuito mais simpática que o tal Chui, e providenciamos tudo, desde as fotos 5x7 datadas, até o boleto online e pagamento de taxa, tudo em nada mais que 30min. Voltamos â PF às 10h50, onde a Valen tomou a cadeira da entrada como uma recepcionista, dizendo "oi" e encantando todos que ali chegavam, e só saímos de lá com o passaporte na mao, isso às 11h10. Acreditem se quiserem!
A simpatia e beleza de nossa cria ajudou muito... que orgulho!!!
Enfim, cruzamos a fronteira e o tal hermano nos disse: "Nao falei que era "rapeidinho"?"
Seguimos pela "Ruta 9", estrada que nos traria a Montevideo, e logo paramos na Fortaleza de Sta Teresa(para onde vamos amanhã), para conhecer e ver se era toda a maravilha que nos indicaram... Caralho!!!! É demais!!!! gente, vocês nao acreditam como é legal! Linda!!!! Uma reserva ecológica, com um forte no alto e uma praia abaixo de um penhasco maravilhoso!!! O camping é gigantesco, tem muita área para acampar selvagem ou não, tipo uma cidade! Ficamos na maior pilha, tudo lindo!
Voltamos pra estrada e seguimos com a pretensão de parar em outra praia Uruguaia que nos havia sido indicada por um gaúcho lá no Chui, o nome dela - La Pedrera - em La Paloma. Fomos lá, bem mais pra frente, uns 160km, chegamos na tal praia...
Isso merece um capítulo a parte, uma coisa de louco!!!! Chagamos no tal vilarejo de La Pedrera e me senti em Caraíva, Trancoso, Praia da Pipa... tipo algum lugar misturando todos esses que citei só que em baixíssima temporada, ou seja com muito pouca gente.
Se via logo que era um lugar de moçada, só jovens, rolando um reggae, música de qualidade, gente bonita meio largada, umas pousadas e bares bem charmosos, casas lindas para esnobar qualquer arquiteto meia boca e um vento frio muuuito bom. Vale ressaltar que estava um calor infernal!
Adentramos a vila e fomos parar na tal "Pedrera"... meu deus! O que era aquilo, uma praia num despenhadeiro de pedras lá em baixo, com dunas de areia branquinha ao fundo, muito pouca gente, surfistas, pessoal praticando paraglider e um vento MARAVILHOSO!!!!
E a vista???? de tirar o folego!! Eu e o Daniel olhamos um pro outro e falamos quase que juntos: "Meu, vamos descolar um lugar e ficar aqui!!!! É a noss cara!!!"
A Valen amou aquela vista e o vento, ela erguia os bracinhos como se fosse voar e gritava! Muito linda!
Ficamos por lá algumas horas, almoçamos um rango muito bom e saímos em busca de um lugar pra ficar, dispostos inclusive em abortar Montevideo em nome daquele pequeno paraíso de maconheiros... Enfim, não rolou, estava tudo "lotado", claro! Afinal ali é um ovo de pequeno e estamos em altíssima temporada em um país de 3 milhões de habitantes... Mas ficou a promessa de que vamos voltar pra lá sim, ano que vem, ou no outro e queremos companhia para essa trip.
La Pedrera ficou pra trás e voltamos para a Ruta 9 sentido Montevideo, o calor estava muito punk e eu não aguentava mais dirigir, fiquei meio maus, e passei a bola pro Daniel que seguiu até Montevideo onde chegamos por volta das 19h30.
O caminho foi lindo, os pampas, os rebanhos, as cores verde, amarelada do sol com a paisagem... muitas estâncias, muitas praias que deveriam ser lindas afinal, mas que não pudemos parar. A Valen ficou bem estressada, tadinha, muito dificil ficar sentada naquela cadeirinha com o calor infernal... mas chegamos bem todos.
Montevideo na chegda é meio como toda cidade grande, impressiona para o pior, mas entrando tudo ficou mais claro. Fomos direto ao centro e buscamos um dos hoteis que havia pesquisado pela net. Acabamos ficando no Hotel Balmoral, bem no centro, na Plaza de la Cagancha, em homenagem ao Daniel... prefiro não explicar o porque da homenagem... ahahahah!
Estávamos exaustos da viagem, os 3!!!
No dia seguinte saímos pra andar e começamos a entender a cidade que é bem fácil. Fomos na Rambla Sur que, guardadas as devidas proporções, parece o Malecon Habanero...
A região portuária também é muito parecida com La Habana, mas está tudo bem deixado de lado. A Valen fez mizade com muitas pessoas na rua e por onde passa continua dizendo "oi" ou "hola". Ela está uma fofa!
Hoje fomos ao mercado do Porto, também da cidade velha, mas já uma região mais turística e melhor conservada, ou mais restaurada, adoramos o clima!
Hoje o dia estava bem frio com com sol, um dia lindo e iluminado, mas o vento era gelado e cortante, estava ótimo! O calor aqui em Montevideo é muito ruim, úmido e castiga para caminhar, mas esse vento campineiro ajudou muito no bem estar da família Ferri Pinto hoje, conseguimos até comer parrillada no almoço!
Visitamos vários centros de artesania, vimos várias galerias de arte com obras de artistas locais, coisa que muito encanta a mim e ao Daniel, sempre buscamos ateliers perdidos, escondidos em busca de pequenos tesouros locais.
Uma das coisas mais legais de Montevideo é a balada gastronômica. Não basta comer para matar a fome, tem que comer bem e comer bem significa, sobretudo, comer carne, massa e frutos do mar. A parrilla é um ritual, depois de comer a carne Uruguaia ou mesmo a Argentina, a gente muda de paradigma com relação ao nosso pobre churrasco e à preparaçao das carnes em geral. Que churrasquinho de espeto, que nada, que bifinho que nada, os vegetarianos que me desculpem mas eu quero um "bife de anchío sí"!!!
Ainda bem que o meu paradigma de churrasco já é alto, dado o fato de sempre ter comido os churras bem servidos do meu pai, com peças de picanha com sal grosso, costelinha de porco, peça de contra filé, etc, tudo como manda o figurino...
Tirando a carne, tem também os peixes, muito bons, afinal estamos na costa, num país e cidade de litorâneos... tem também as pasticerias, com dulces, café, os maravilhosos postres com merengue y dulce de leche... ai ai que balada essa de comer aqui no Uruguai... vai deixar saudades...
Amanhã cedo seguimos de volta para a Fortaleza de Sta. Teresa, onde ficaremos acampados por alguns dias, meio isolados mas num paraíso...
De lá também teremos muito o que contar, aguardem.
Hoje a Valen aprontou uma que preciso contar... ela é terrível de esperta, e agora está aprendendo a contar. Pois bem, no café da manha, ela estava brincando com a comida e eu falei: "Valen, quantas vezes eu vou precisar repetir que nao se pode brincar com a comida?" - Eis que ela me responde na maior cara lavada: "... tois, tes, un... eheheheh!!!" Pode uma dessas??? Eu e o Daniel quase morremos de rir e o pior é que ela respondeu certinho o que eu perguntei!
Ontem passamos por uma livraria - aqui tem muitas - e peguei um cartão cujos dizeres eram de Eduardo Galeano, escritor e periodista Uruguaio, fiquei emocionada e quero compartilhar com voces encerrando o post de hoje:
"La utopía está en el horizonte. Me acerco dos pasos, ella se aleja dos pasos. Camino diez pasos y el horizonte se corre diez pasos más allá.
¿Para que sirve la utopía? Para eso sirve, para caminar."
Besos e a todos e Viva a America Latina llena de tesoros!!!!
Pri
01 janeiro 2008
Viagem ao Cu do Mundo - 01/01/08 - Chui - RS
Caros Amigos,
Agora com um blog posso fazer meus diários de viagem aqui mesmo, deixando de lado o e-mail e suas mensagens que não chegam, caixas lotadas, pessoas que apagam sem ler, endereços perdidos, etc, etc, etc.
Bem estamos aqui, eu, Daniel e Valentina, nossa mais nova aventureira, para mais uma aventura latinoamericana.
Eu e Daniel estamos de férias e decidimos concretizar uma viagem inspirada em uma dica de um grande amigo nosso gaúcho, o Fabio Bastos e pilhados por um outro amigo gaúcho, o Miguel: decidimos ir até o Uruguai de carro!!! Isso mesmo, de carro, mala, cuia, barraca e apetrechos e claro, nossa pequena Valen!
Enrolamos bem para decidir, mas viemos, saímos de SP dia 29 depois de muito atraso devido a notícias de que a BR 116, a Regis..., estava parada... claro! Adiamos algumas horas a partida, mas de nada adiantou, saímos às 16h e mesmo assim levamos mais de 4h para andar 160km... foi fóda!
Conseguimos chegar em Curitiba às 1h30 da manhã... não achávamos lugar para dormir, acho que todo mundo parou lá para dormir! Um saco! Quando conseguimos um lugar, o cara o hotel nos deu um quarto de merda sem espaço para um colchão no chão, conclusão: o Daniel dormiu na rampa anti-mendigo do Serra, no corredor do banheiro do quarto...noite de merda...
Saímos de lá cedo para nossa primeira parada que seria Floripa, onde prentendíamos passar o Ano Novo no camping do Rio Vermelho, nosso velho conhecido. Chegamos em Floripa às 10h30, um calor dos infernos, a Valen tinha dormido, mas tava acordada, irritadíssima, coitada.
Logo na entrada pra Ilha, uma fila maldita onde ficamos por mais de 40 min. para andar uns 100m no máximo, foi horrível! Decidimos parar pra pensar.
Foi uma decisão no ímpeto - vamos seguir pra Porto Alegre direto! Do jeito que a coisa estava, a gente ia levar algumas horas para andar os 15km até o camping, o que seria fatal para nós e nossa pobrezinha.
Voltamos pra trás e rumamos pra POA... mas eis que quando chegamos na BR 101, tudo estava parado também, ficamos passados, maldito final de ano, todo mundo querendo praia e a estrada estava parada até pelo menos Imbituba...
Mudança de planos novamente, pegamos a estrada rumo Lages para fugir do trânsito e ir para POA pela BR 116, pelas serras catarinense e gaúcha.
Isso não mudaria nosso objetivo de chegar a POA, mas encompridaria significativamente a viagem devido às estradas sinuosas, etc. Foi bem legal, o caminho é lindo, mas a viagem não rende! Pegamos uma chuva muito forte em SC na serra e além, disso, a Valinha passou mal na serra gaúcha e vomitou no carro litros de suco de uva que tinha tomado... imaginem a saga.
Ok, mantivemos a calma e seguimos para POA para então, na casa gentilmente cedida por nosso amigo Miguel, darmos um jeito na sujeirada, que horror!
Chegamos lá quase meia noite depois de mais de 800 km rodados no dia, horas e horas de volante, exaustos!
Tadinha da Valen, nem acordou, cuidamos de tudo e ficou tudo bem.
Decidimos ficar em POA por 1 dia para recuperarmos as pilhas e depois seguir rumo ao Uruguai. Passamos a virada, em POA, os 3 na cidade vazia, quase fantasma, em contraste à muvuca de Floripa e do resto do mundo... ficamos os 3 na sacada do Miguel vendo os minguados fogos, mas foi tudo muito bom, a família unida pedindo por um 2008 melhor para todos.
Hoje pegamos a estrada para o Chui bem cedinho, o caminho foi muito legal, passamos por uma cidade muito linda chamada S. Loureço do Sul, praia da Lagoa do Patos, almoçamos lá comendo um belo peixe a dorê. Depois de um descanço seguimos pela estrada até Pelotas e depois rumo ao Chui, passando pela reserva ecológica do Taim, muito linda com várias espécies de animais, aves, etc. A estrada é uma reta só, bem vazia mesmo, e plana de tudo! Não se vê alma viva, um tapete, ótima!
Andamos ao todo umas 5h30h de carro, quase 500km, para enfim chegarmos aqui, no cu do Brasil! Uma cidade meio velho oeste, meio Tijuana, meio Puerto Quijaro, dividida ao meio por uma avenida onde de um lado é Brasil e de outro Uruguai. Do lado do Uruguai vemos free shops em contraste com as ruas desmazeladas e sujas, pessoas estranhas e gente esquisita, mas muito pitoresca.
Jantamos num local do lado do Uruguai, muito bacana e descente, pequeno, e também com gente estranha, inclusive um velhinho que acariciava, de forma bizarra, uma pequena cobra dentro de um saco plástico... pois é...
Ficamos num hotel razoável cheio de gente de toda parte, motoqueiros com suas super motos, triciclos, famílias com tralhas nos carros... UFA! não somos os únicos barraqueiros!
Amanhã seguimos para Montevideo de onde estamos há mais ou menos umas 3h. Depois a volta vai ser parando em alguns lugares e, na medida do possível, vou atualizando mais essa aventura, só que agora em família com a nossa Valentina.
Um grande beijo a todos e sintam-se inspirados,
Pri
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