"Aonde vamos parar, minha gente???"
Essa é a pergunta que me faço quase todo dia quando vejo as mais diversas situações bizarras e pessoas também bizarras.
Sábado, eu e meu marido deixamos a Valen com minha mãe e fomos felizes e faceiros curtir uma telona. Escolhemos um filme e acabamos mudando de idéia, indo por fim assistir ao mais novo Woody Alen, "Cassandra's Dream".
Chegamos ao Espaço Unibanco relativamente cedo e fomos matar o tempo passeando ali pela Rua Augusta, final de tarde gelada em Sampa. Nos demoramos um pouco e chegamos de volta ao cinema bem em cima da hora do filme. Entramos na sala antes do filme começar mas mesmo assim constatamos que os melhores lugares da fileira central já estavam ocupados. Demos uma rápida busca e achamos duas possibilidades de assento, caso duas pessoas saltassem uma cadeira e nos deixassem sentar lado a lado.
Bem... foi aí que rapidamente me dirigi à primeira opção de pessoa: uma moça, sentada bem compenetrada encapotadíssima, com cachecol e tudo, perguntei se os lugares a seu lado estavam vagos, ela balançou a cabeça em sinal afirmativo e na sequência perguntei se ela se importaria de saltar um assento para que pudéssemos, eu e Daniel, sentar juntos. Ela mais que depressa, sem proferir palavra, "disse" que não... não sei como mas DISSE... algo estranhíssimo!
Nós dois, também não titubeamos e em seguida, sem discussão, nem nada, passamos para a segunda opção. A outra pessoa estava sentada na fileira à frente da outra e tranquilamente saltou um assento para que sentássemos juntos. Ficamos imensamente agradecidos pelo gesto simpático da segunda garota e nos sentamos.
Depois de sentados, olhamos um pro outro e ficamos meio atônitos nos lembrando da cena bizarra da moça, que sem proferir palavra se negou a mudar de assento para que sentássemos juntos... foi algo bizarro... Não se exagero em minha/nossa percepção, mas não consigo deixar de me perguntar "por que?"... foi tão antipático e grosseiro...
Desse episódio surgiram várias reflexões, algumas engraçadas, outras não, mas o resumo da ópera é que é isso mesmo... o ser humano perdeu a noção de gentileza, de delicadeza de humildade, de educação... Imaginem vocês se temos nós culpa de qualquer que seja o motivo pelo qual a moça se recusa a mudar de lugar? Estávamos nós sujeitos a uma justificativa psíquica ou moral? O que faz alguém agir assim com alguém que nem conhece, quem nem fez nada além de pedir gentil e educamdamente uma "gentileza"...
Tem mesmo que ter coragem e ser/estar muito desprendido de valores relacionados ao respeito ao outro. E assim caminha humanidade, para essa imensidão de umbigos de pessoas que ainda não sacaram que se continuarmos com atitudes egoístas não conseguiremos evoluir de fato no sentido amplo e espiritual da palavra EVOLUÇÃO.
MAS para quebrar o gelo, ao término do filme, que teve um final BEM trágico, desejamos que a tal moça não tenha ficado mais aborrecida do que já estava, afinal os dois lugares ao seu lado, continuaram vazios.
04 maio 2008
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