A Valentina fez 1 aninho dia 20 de junho. Engraçado que os dias que precediam seu aniversário, funcionavam como uma contagem regressiva na minha memória enquanto lembrava cada detalhe do que tinha acontecido no ano passado, nos dias e nos momentos precedentes ao seu nascimento: o feriado de Corpus Christi, a Parada Gay, a vinda rotineira de minha amiga Mara a São Paulo...
Daí por diante eu entrei num flash back desvairado e nas 24h que antecederam seu 1 aninho, tentava reviver "aquelas" mesmas 24h do ano passado, bastava eu me dar conta do tempo que minha mente viajava para 2006.
O dia 20 foi um dia cheio, ela foi pro berçário mais tarde e saiu mais cedo, mas ainda que eu não tenha ficado o dia todo com ela, meu dia foi todo dela, todo dedicado a ela.
Minha mãe, na impossibilidade de fazer um bolo para ela, comprou um bolo em forma de casinha de chocolate, que mais parecia um brinquedinho de Valentina, claro que ela não comeu o bolo de chocolate super power, mas se divertiu e bateu palmas no parabéns.
Mas nesse dia, meu olhar para ela era totalmente contemplativo, eu olhava, olhava e não me cansava de olhar, apreciando a beleza e a vivacidade da criança. Nem parecia que o ano tinha passado... que ela já estava grandinha, cheia de graça e de novidades... tão diferente daquele bebê que quase não interagia com a gente, que só mamava, dormia, abria os olhos e fazia coco.
Quando me percebia pensando e a contemplando, parecia que a cada minuto meu amor se multiplicava e meu orgulho de ser a MÃE DELA se elevava à enésima potência...
A semana prosseguiu com os preparativos da festinha de comemoração, preparativos iniciados de fato há mais de um mês atrás, envolvendo muitas pessoas, todas dedicadas a alegria de ter nossa pequena e de comemorar esse fato.
Meu pai, o avô da Valen, grande pivô desses preparativos, foi o responsável por transformar em realidade o tema que idealizei, que era a Arca de Noé do Vinícius de Morais, grande poeta de minha infância, que me encantou em musicais dedicados à sua poesia que passavam na TV e que escolhi para ilustrar a festinha dela.
Ele fez um trabalho lindo, reproduzindo os bichos tal e qual os encartes do discos dos musicais, ficaram lindos! Além disso, conseguiu, com a ajuda de minha mãe-avó, também materializar a arca em si, construindo uma, quase em tamanho real! Minha idéia tomava forma pelas mãos do meu pai-avô. Mas ainda tinham muitos detalhes pipocando na minha mente, e com a ajuda de algumas outras mentes férteis a gente aprimorou as idéias, afinou e se preparou para executar.
Engraçado, que eu sei que a Valen nem vai se lembrar desse dia, mas eu queria muito que tudo ficasse lindo, simples e divertido. Queria criar um ambiente fantasioso para a festa, mas que espelhasse a forma e o colorido que ela deu em minha vida.
Ao mesmo tempo, sabia que de alguma forma meu desejo era grandioso, mas e por que não sê-lo? Oras, bolas, afinal é para minha filha, caramba!
Quantas vezes me matei no trabalho, realizando "eventos" para os outros, me esfolando para que tudo saisse perfeitamente bem, nos mínimos detalhes? Pois então, agora era pra gente, muuuuito mais prazeiroso!
Lógico que deu um trabalho enorme, fazer tudo, ir fundo nos detalhes, imaginar algo diferente do lugar comum, tentar ser original, mas valeu a pena, valeu o cansaço, o tempo gasto, a mobilização de tantas pessoas em prol de uma mesma doce causa.
A gente fez tudo com muito carinho, para ela e para as pessoas que queríamos que compartilhassem conosco aquele dia, aquela manhã, aquele sol que brilhava, aquelas músicas que tocavam e o mais importante, aquele sorrisinho meigo de sincero de nossa pequena.
Por muitas vezes durante a festa, me vieram lágrimas aos olhos por ver tão lindo aquele meu sonho de mãe-criança, por estar com ela e por ser eu e meu sonho para ela, sentia uma emoção imensa de poder estar ali daquela forma.
Comparando a realidade com o universo da minha imaginação, tenho para mim que tudo foi perfeito:
a luz pura e perfeita da manhã, como os sentimentos sinceros da nossa pequena; a Arca de Noé e seus bichos aos pares que garantiriam a espécie, com graça e amor, como nossa pequena garantirá a nossa; as cores e flores e simplicidade da chita, assim como é o amor de uma criança; a poesia que embala e descreve com maestria os sentimentos do homem para embalar e descrever nossos sonhos na festa; a companhia de todos queridos amigos e companheiros; a boa comida para celebrar; as crianças essenciais para brincar e abrilhantar e o nosso amor pela Valen para finalizar.
Obrigada a PachaMama por ter me dado a Valen, obrigada também aos demais fazedores de sonhos, como eu.
PS. talvez este texto tenha uma conotação meio egoísta, mas imagino que outras pessoas compartilhem ou tenham compartilhado os mesmos sentimentos que eu, porém não posso falar por elas...
26 junho 2007
12 junho 2007
O Meu Amor
Sendo menos ousada... remendo a homenagem abaixo e "uso" a poesia do grande Chico pra você... a sua cara!
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele inteira fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ai
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca
Quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios
De me beijar os seios
Me beijar o ventre
E me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo
Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz
Homenagem de Dia dos Namorados
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